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Reforço de efetivo e integração garantem segurança do Brasil na Copa das Confederações

por publicado: 02/07/2013 18h42 última modificação: 20/02/2014 15h07

Elencada como grande preocupação do país para a Copa das Confederações, a segurança não registrou qualquer incidente que ameaçasse a competição. A Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (SESGE), órgão do Ministério da Justiça, responsável pela coordenação da segurança pública nas seis cidades-sede, encerrou na tarde desta segunda-feira o período de 16 dias de atenção máxima.

Sem casos de violência urbana nas áreas de interesse da copa, como estádios, hotéis e centros de treinamento, ou necessidade de intervenção policial no interior das arenas, a segurança da competição foi avaliada positivamente por técnicos, organizadores da competição e observadores internacionais.

Especialistas da Alemanha que estiveram no Brasil durante a Copa das Confederações elogiaram a transparência das ações policiais, e representantes do Catar adiantaram que o planejamento operacional brasileiro servirá como referência para a Copa do Mundo de 2022.

“O sucesso da segurança pública durante a competição não aconteceu por acaso. Há dois anos, a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos planeja cada etapa da Copa das Confederações. Todas as forças envolvidas sabiam o que fazer e quando fazer. Sob o aspecto de segurança, não houve improvisos”, afirma Valdinho Caetano, Secretário Extraordinário do órgão.

O planejamento operacional empregado durante a competição foi construído de forma inédita no Brasil. Ao contrário de outros modelos de policiamento, que são idealizados no topo das cadeias de comando e implantados de cima para baixo, desta vez as bases participaram do processo. “Aqueles que estão na ponta, executando efetivamente as atividades operacionais, definiram as ações de segurança”, complementa Caetano.

A formulação do modelo de segurança para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo envolveu 5.400 policiais. Dos comandantes gerais de órgãos policiais a operadores de trânsito, todos foram ouvidos. No total, a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos coordenou o trabalho de 240 órgãos de segurança no país.

Clima de tensão - Os números da segurança pública durante a Copa das Confederações permitem dimensionar a grandeza do torneio. Pela primeira vez, um evento brasileiro contou com o trabalho de 54.734 agentes de segurança, em seis estados, sob mesmo planejamento operacional. Esta foi a maior estrutura de segurança já mobilizada no país. Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Defesas Civis, Guardas Municipais e órgãos de trânsito garantiram a segurança do torneio, mesmo quando manifestações e ações violentas se disseminaram pelo país.

Apesar de constarem no planejamento da SESGE, as manifestações cresceram além do projetado. Por este motivo, houve necessidade de aumento de policiamento em até 30% nas áreas de interesse da Copa das Confederações, sobretudo nos estádios, hotéis e aeroportos. Quase sempre, o incremento de efetivo esteve relacionado ao reposicionamento das forças de segurança. Em Minas Gerais, por exemplo, a Polícia Militar deslocou efetivo de outras cidades para Belo Horizonte. No Rio de Janeiro, policiais de outros bairros foram instalados no perímetro do Maracanã.

As cidades-sede também receberam reforço de armamentos menos letais, como munições de borracha, gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral. A SESGE havia adquirido cerca de R$ 50 milhões em equipamentos para contenção de distúrbios, mas houve necessidade de complemento de cerca de R$ 8 milhões, realizado durante o período do torneio.

“O Brasil talvez seja o único país do mundo que, mesmo passando por momento de convulsão social em dezenas de cidades, conseguiu manter um evento com a envergadura da Copa das Confederações, sem incidentes de segurança pública que comprometessem o torneio”, pontuou Caetano.

Na avaliação da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, os dias mais críticos para a Copa das Confederações foram o jogo de abertura em Brasília (DF); a partida entre México e Uruguai, em Belo Horizonte (MG); Nigéria e Uruguai, em Salvador (BA); e Espanha e Taiti, no Rio de Janeiro (RJ).

“Vinte de junho foi um dia especialmente tenso. Os protestos naquela quinta-feira se tornaram violentos e grupos numerosos de manifestantes queriam atingir a competição. No Rio e em Salvador, vândalos seguiam em direção ao estádio e deixavam um rastro de destruição”, relembra Valdinho Caetano.

“A polícia jamais perdeu o controle da situação, no que se refere à segurança da Copa das Confederações. Em nenhum momento, foi necessário empenhar contingente das Forças Armadas na contenção das manifestações ou em ações de policiamento”, explica o dirigente do órgão.

Atenção à segurança - Para coordenar as ações relativas à segurança da Copa das Confederações, Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo de 2014, e Olimpíadas de 2016, foi criada em agosto de 2011, dentro do Ministério da Justiça, a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos. É responsabilidade da Sesge articular os órgãos de segurança pública federais, estaduais e municipais durante os grandes eventos.

Estão sendo investidos R$ 1,17 bi na segurança pública brasileira. Esta soma destina-se, principalmente, à implementação de uma rede composta por 41 centros integrados de comando e controle, fixos e móveis, à aquisição de recursos tecnológicos e à capacitação de policiais.

Na Copa das Confederações, policiais realizaram atividade de segurança pública e militares foram mantidos prioritariamente como força de contingência. De prontidão para emergências, as tropas permaneceram em locais específicos, geralmente aquarteladas. Outro reforço de contingência previsto no planejamento operacional foi o emprego da Força Nacional. O Ministério da Justiça, inclusive, enviou policiais para reforçar a segurança de cinco sedes da Copa das Confederações, quando protestos eclodiram em todo o país. A medida só não foi aplicada ao estado de Pernambuco, por decisão do próprio governo local.

Dias críticos

Data

Local

Partida

Manifestantes

15/06

Brasília

Brasil x Japão

2.500 manifestantes

20/06

Rio de Janeiro

Espanha x Taiti

300 mil manifestantes

20/06

Salvador

Nigéria x Uruguai

20 mil manifestantes

22/06

Belo Horizonte

Japão x México

60 mil manifestantes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Total de manifestantes nas seis cidades-sede durante 16 dias de Copa das Confederações

864 mil manifestantes

 

Total de escoltas na Copa das Confederações 2013

764 escoltas

A Polícia Rodoviária Federal foi responsável pela coordenação das escoltas, tanto no ambiente urbano das cidades-sede quanto em rodovias. Considerando que, cada escolta realizada teve em média 20 quilômetros de extensão, e envolveu 11 veículos policiais, entre motocicletas e viaturas, a soma das distâncias percorridas chega a 168 mil quilômetros. Algo que corresponde a quatro voltas ao mundo ou 15 viagens de ida e volta entre o Oiapoque (AP) e o Chuí (RS).

Agência MJ de Notícias