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Refugiada síria conduzirá a tocha olímpica em Brasília

por publicado: 02/05/2016 16h25 última modificação: 02/05/2016 16h25

Brasília, 2/5/16 – A refugiada síria Hanan Daqqah, de 12 anos de idade e que vive no Brasil desde o ano passado, é uma das dez primeiras condutoras da Tocha Olímpica amanhã (3 de maio), em Brasília (DF).

Hanan foi escolhida pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 a partir de uma sugestão da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) no Brasil, e participa do revezamento no primeiro dia da Tocha em solo brasileiro. Ela conduzirá a Tocha na Esplanada dos Ministérios, logo após a Chama Olímpica deixar o Palácio do Planalto, às 10hs da manhã.

A condução da Tocha Olímpica por uma menina refugiada é um gesto simbólico de solidariedade com os refugiados do mundo, em um momento que milhões de pessoas fogem de guerras, conflitos e perseguições. Em todo o mundo, existem cerca de 20 milhões de refugiados – o maior número desde o fim da II Guerra Mundial.

O presidente do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), Beto Vasconcelos, ressalta a importância da participação de Hanah durante a cerimônia. “Os Jogos Olímpicos são um evento internacional, cujo o significado é marcado pela união, solidariedade, respeito e paz entre os povos. É, portanto, uma oportunidade singular para chamarmos a atenção para o triste drama humano vivido na pior crise humanitária em 70 anos”, destaca Vasconcelos.

A Chama Olímpica do Jogos do Rio 2016 foi acesa no dia 21 de abril na cidade grega de Olímpia, berço dos jogos olímpicos. No dia 26 de abril, o refugiado sírio Ibrahim Al-Hussein conduziu a Chama Olímpica no acampamento de Eleonas, em Atenas (também na Grécia). 

No Brasil, o revezamento da tocha começa nesta 3ª feira (03/05) e se prolongará por cerca de 90 dias. Sua viagem terminará com a cerimônia de inauguração dos Jogos Olímpicos do Rio, no dia 05 de agosto, no Estádio Maracanã, onde a pira olímpica será acesa.

Hanan vive com sua família em São Paulo e chegou ao Brasil em 2015. Ela mora em um pequeno apartamento no centro da cidade com seu pai, mãe, um irmão mais velho e uma irmã mais nova, juntamente com os tios e outros quatro primos. Totalmente integrada no Brasil, ela estuda em uma escola pública próxima da sua casa, fala português fluentemente e possui vários amigos brasileiros.

Ela e sua família vivam na cidade de Idlib, no nordeste da Síria. Com o início da guerra civil na Síria, sua cidade tornou-se um dos palcos do conflito, em meio a disputas de forças governamentais e grupos rebeldes. Sem segurança para permanecer na Síria, Hanan e sua família deixaram o país e buscaram refúgio na Jordânia. Neste país, viveram por dois anos e meio no campo de refugiados de Za’atari, onde o acesso à água exigia uma longa caminhada e as condições eram difíceis.

A família decidiu deixar a Jordânia e chegou ao Brasil por meio do programa de vistos especiais do Governo Federal, que facilita a entrada no país de pessoas afetadas pelo conflito na Síria. Cerca de 8 mil destes vistos especiais já foram emitidos pelas autoridades brasileiras. Hanan e sua família foram reconhecidos como refugiados e agora reconstroem sua vida em São Paulo. A mãe de Hanan está grávida, e em breve ela terá uma irmã brasileira – que nasce no final deste mês.

De acordo com o Conare, os sírios representam a maior comunidade de refugiados reconhecidos no Brasil. Eles somam 2.250 de um total de 8.731.

A guerra na Síria já provocou mais de 4,8 milhões de refugiados, que vivem principalmente nos países vizinhos ao conflito. No Brasil, existem cerca de 8.700 refugiados, sendo que mais de 2.000 são sírios – formando o maior grupo dentro desta população, de acordo com o país de origem.
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Com informações do Acnur

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