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“Brasil não deve ser refúgio para criminosos”, defende ministro Sergio Moro sobre Operação Barão Invisível

por publicado: 08/07/2019 16h12 última modificação: 08/07/2019 16h16
Criminosos eram braço direito de um dos maiores traficantes da região sul da Itália, responsável por controlar 40% de importação de cocaína

Brasília, 08/07/2019 - “Quando os países cooperam, criminosos são capturados e pagam por seus crimes. Ambos os países ganham”, afirmou o ministro Sergio Moro sobre a operação da Polícia Federal em São Paulo que resultou na prisão de dois grandes traficantes da região da Calábria (Itália), suspeitos de trabalhar para Ndrangheta - braço da máfia italiana na América do Sul.

Moro recebeu  o procurador nacional Antimafia e Antiterrorismo da Itália, Federico Cafiero, na sede do Ministério da Justiça e Segurança Pública, na tarde desta segunda-feira (08).

O procurador nacional Antimafia e Antiterrorismo da Itália, Federico Cafiero de Raho, agradeceu a colaboração das autoridades policiais brasileiras. “É uma obrigação moral eliminar e destruir uma organização criminosa e ter o Brasil como um aliado para isso”, disse.  Para o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, também presente no encontro, o empenho da PF resulta no fortalecimento da parceria com a polícia italiana no combate à crimes transnacionais. 

Durante a reunião, com a participação da delegação brasileira e europeia também foram discutidas outras ações do Programa Europa América Latina de Assistência contra o Crime Organizado Transnacional (El PacCTO).

Operação Barão Invisível

A Operação Barão Invisível, deflagrada nesta segunda-feira (8) no litoral de São Paulo pela Polícia Federal, apreendeu armas, cocaína e dinheiro em espécie. Uma rota de fuga também foi encontrada pelos agentes federais.

O traficante Nicola Assisi, de 61 anos, já tem condenação por tráfico e associação ao tráfico de drogas na Itália, com pena fixada em 14 anos de prisão. O filho dele, Patrick, 36 anos, também foi preso. Ambos estavam foragidos desde 2014 e já haviam passado por Portugal e Argentina, utilizando-se de nomes falsos.  Eles serão extraditados do Brasil.

Ambos estavam na lista dos 100 fugitivos mais perigosos da Itália e braço direito de um dos maiores traficantes da região sul do país europeu, responsável por controlar 40% de importação de cocaína.

Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido da Representação da Polícia Federal junto à Interpol, em cooperação com o Escritório da Direção Central para os Serviços Antidrogas - DCSA da Itália no Brasil e com os Carabiniere de Turim.

El PacCto

 O Programa Europa América Latina de Assistência contra o Crime Organizado Transnacional (EL PAcCTO) é uma iniciativa comum de países europeus e latino-americanos que começou a ser concebida em 2015 e que se materializou em 2017 com o início das atividades, O PAcTO é financiado pela Comissão Europeia com 19 milhões de euros por um período de cinco anos.  O El PAcTO é um programa pioneiro. Atua nos três pilares que compõem a cadeia criminal: Cooperação Policial,  Cooperação entre os sistemas de justiça e  Sistemas prisionais. Trabalha ainda em cinco eixos transversais: crime cibernético, corrupção, direitos humanos, gênero e lavagem de dinheiro.