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Curso internacional sobre terrorismo global é promovido pela Ameripol em Curitiba (PR)

por publicado: 14/10/2019 14h06 última modificação: 14/10/2019 14h06
Capacitação contou com especialistas de entidades policiais e procuradores de diferentes países

 

Brasília, 14/10/2019 – Entre os dias 8 e 11 de outubro, em Curitiba (PR), foi realizado o  I Curso Internacional sobre Investigação de Delitos Relacionados ao Terrorismo Global. Promovido pelo projeto da União Europeia na Ameripol, em conjunto com a Polícia Federal e a Assessoria Internacional do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a capacitação contou com especialistas de entidades policiais e de procuradorias do Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Espanha, Equador,  Paraguai, Paraná, Peru, República Dominicana e União Europeia.

A Secretaria Executiva da Comunidade das Polícias das Américas (Ameripol) é exercida, atualmente, pela Polícia Federal brasileira. Durante a cerimônia de abertura do curso, o superintendente da Polícia Federal no Paraná, Luciano Flores, agradeceu a oportunidade dos debates sobre o tema na capital paranaense.

O secretário-executivo do MJSP, Luiz Pontel, fez referência à assinatura do acordo de Buenos Aires, na cidade de Quito, como o caminho apropriado para a institucionalização da Ameripol. Pontel comentou, ainda, sobre a importância da instituição para a formação de equipes conjuntas de investigação, com objetivo concreto de combater a criminalidade transnacional na região.

O diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, relembrou a Operação Hashtag, investigação deflagrada oficialmente em julho de 2016, às vésperas dos Jogos Olímpicos do Rio contra uma suposta célula do grupo terrorista Estado Islâmico, a qual ocorreu, justamente, na cidade de Curitiba (PR). Segundo a chefe da cooperação da  Delegação da União Europeia no Brasil, Ana Beatriz Martins, a estratégia contra o terror na Europa ocorre desde 2005, em especial, por meio do controle das fronteiras e do tráfico de armas. A representante europeia ressaltou a importância da comunidade em fortalecer a Ameripol.

Durante o curso foram abordados temas como a  coordenação de investigações em matéria antiterrorista, a situação geral do terrorismo Jihadista na Europa, os mecanismos de avaliação da ameaça terrorista, o financiamento desse delito, a lei de extinção  de domínio e os trabalhos realizados na tríplice fronteira.

O curso foi desenvolvido em virtude de o terrorismo global ser uma das principais ameaças identificadas pelo relatório da Europol. Em 2015, a União Europeia registrou o maior número de mortes causadas por ataques terroristas desde os atentados de Madri de 2004. Na América Latina, os ataques dos anos 90 contra a Embaixada de Israel na Argentina e o bombardeio da  Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) contribuíram para uma mudança de atitude por parte dos governos, relacionando o delito a uma ameaça real. Ademais, apesar das distâncias geográficas e culturais, os relatórios de inteligência estatais apontam para a existência de mecanismos de atração de simpatizantes estrangeiros provenientes da região sul-americana.

O Chefe do “Projeto de Suporte à Ameripol” da  União Europeia, Marcos Alvar, ressaltou a importância que o País  tem dado para a institucionalização, congratulando o envio do oficial de ligação da Polícia Federal, Adriano Barbosa, à sede do Organismo em Bogotá, quem será responsável pelos trabalhos do Secretariado Executivo, hoje a cargo do Brasil. 

O evento foi finalizado com a elaboração de um protocolo de coordenação de investigação sobre delitos terroristas. Recentemente, o protocolo de coordenação de investigações sobre drogas da Ameripol foi utilizado em uma das investigações mais importantes levadas a cabo contra o doping  no ciclismo entre a AMERIPOL e a polícia Nacional da Espanha.

Sobre Ameripol

A Comunidade Policial das Américas ou Ameripol é um mecanismo hemisférico de organização policial de cooperação criado em 2007, cujo objetivo é promover e aprimorar a cooperação policial em termos de fatos técnico-científicos, treinamento, intercâmbio de informações para fins de inteligência  e apoio à assistência jurídica, com o objeto de orientar o trabalho estratégico e operacional contra ameaças à segurança pública e cidadã.