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Jovens mulheres em situação de vulnerabilidade social ganharão assistência especializada

por publicado: 15/07/2016 10h06 última modificação: 12/08/2016 16h32

Rio de Janeiro, 14/07/16 – O Rio poderá ser pioneiro no enfrentamento da violência contra as mulheres sob uma nova ótica: o cuidado com as adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade. É o que pretende o projeto “Menina-Moça, Mulher”, uma iniciativa do Instituto de Pós-Graduação Médica Carlos Chagas (IPGMCC), com apoio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, onde firmaram m protocolo de intenções.

Os detalhes do projeto foram apresentados nesta quinta-feira (14) no Rio de Janeiro pelo presidente do Instituto, Ricardo Cavalcanti Ribeiro.  Participaram do evento a secretaria especial de Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes, a secretaria Nacional de Assistência Social da Ministério do Desenvolvimento Social, Carminha Brant, a deputada Federal, Laura Carneiro( PMDB-RJ), a secretaria municipal de Política para as Mulheres do Rio de Janeiro, Terezinha Lameira, entre outras autoridades.

O projeto é baseado na prestação de assistência nas áreas de Saúde e Direitos Humanos, principalmente às meninas de rua. Entre os objetivos estão o atendimento médico e assistencial, apoio psicológico para a superação dos impactos emocionais e recuperação da autoestima, apoio jurídico quanto a seus direitos e capacitação para geração de trabalho e renda.

Para a secretária Especial de Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes, a proposta é inovadora e vem ao encontro das políticas que o presidente Michel Temer tem enfatizado para enfrentar todas as formas de violência contra as mulheres brasileiras.

"O que assistimos é um trabalho de resgate de uma população que está invisível nas políticas públicas. São milhares de meninas expostas a todo o tipo de violência, sexual, social, moral, que precisa de um olhar diferenciado. É a SPM concentrará esforços para concretizar esse projeto, que começará no Rio de Janeiro, mas que deve chegar a outras regiões", ressaltou Fátima Pelaes.

Silvio Fernandes, do Instituto Carlos Chagas, explicou que o objetivo do projeto é reunir em um único local a assistência médica especializada a mulheres em situação de rua, usuárias de drogas, aliado a ações de capacitação, educação e empoderamento delas.

"Não queremos apenas oferecer atendimento médico e irem embora. Queremos que essas jovens recebam o atendimento médico específico, mas também voltem a estudar, recebam capacitação profissional, atendimento psicológico para que saiam da condição em que se encontram", disse Fernandes.

No começo da tarde, Fátima Pelaes, conheceu as futuras instalações da Casa Menina-Moça,Mulher, localizado na Lapa, no Rio de Janeiro. O prédio funcionou o ambulatório do Instituto e deve ser restaurado.

"Estamos articulando com os ministérios da Saúde, Educação, Desenvolvimento Social, Ciência e Tecnologia e  Secretaria Nacional da Juventude para que possamos, de forma intersetorial, integrar diversas ações do governo", informou a Secretaria.

“Este projeto no Rio de Janeiro tem um simbolismo importante, considerando que a denúncia de um estupro coletivo contra uma menina, ocorrida nesta cidade, desencadeou a coragem para denunciar o mesmo tipo de crime em outras unidades da Federação, como vem sendo noticiado todos os dias”, diz a secretária.

Ela argumenta ainda que a iniciativa do Instituto Carlos Chagas oferece um novo enfoque ao combate à violência contra as mulheres porque é voltada às adolescentes que, por conta de adversidades, como violência, abandono e vulnerabilidade, tornam-se mulheres e mães precocemente.

TRANSVERSALIDADES 

Para garantir a viabilidade do Projeto “Menina-Moça, Mulher”, o Instituto Carlos Chagas e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, do Governo Federal, têm apostado nas parcerias com os ministérios que já têm e podem incrementar ações voltadas à população feminina desta faixa etária e em situação de vulnerabilidade social.

Na última quarta-feira (13) foi a vez do Ministério da Saúde conhecer a proposta, apresentada ao ministro Ricardo Barros pela secretária Fátima Pelaes e pela deputada federal Marinha Raupp, representando a bancada feminina da Câmara dos Deputados. Barros deixou claro seu interesse em estabelecer parceria à proposta, principalmente porque se trata de uma ação de prevenção e não de tratamento. Ele disponibilizou sua equipe para trabalhar na proposta.

No encontro, a deputada Marinha Raupp destacou a importância da interlocução entre o Executivo e o Legislativo para fortalecer as políticas voltadas à luta das mulheres, seja no enfrentamento à violência, na atenção à saúde ou na autonomia financeira.

Fátima Pelaes argumentou, ainda, que aposta no trabalho conjunto com os demais órgãos do Governo Federal para o sucesso não só do “Menina-Moça, Mulher”, mas de inúmeras ações da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres para o combate à violência contra as mulheres brasileiras. “Muitas meninas, nesta situação de risco, precisam voltar à escola ou terem alguma chance no mercado de trabalho. Estamos trabalhando neste sentido”.